quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A tragédia em Fukushima, no Japão. Longe de ter acabado.


Transcrevo relato do jornalista Harvey Wasserman, do site da revista The Progressive, editada nos EUA desde 1909:
“Quantidades massivas de líquidos radioativos estão vazando, através do reator destruído, para o Oceano Pacífico. E o que tem vazado é muito mais letal do que o ‘mero trítio’ que dominou as manchetes até agora”.
Não está aí apenas o alerta de uma publicação de esquerda. É a própria Tepco, proprietária e operadora de Fukushima, uma das maiores e mais avançadas empresas de tecnologia elétrica, que admite não poder controlar a situação, quase 30 meses após três dos seis reatores terem explodido.
Além de estar numa região propensa a terremotos e sujeita a tsunamis, os reatores estavam situados sobre um grande aquífero, fato ausente de quase todas as discussões sobre o acidente desde que ele ocorreu. Isto faz difícil imaginar não contaminada a água do lago subterrâneo e ora vazando.
Até hoje, a empresa e as autoridades regulatórias asseguraram que o único contaminante da água é o trítio primário, um isótopo relativamente simples, de oito dias de meia-vida, o que faz proliferar a ilusão de que não há muito com que nos preocuparmos.
Wasserman acrescenta: “relatos agora indicam que o vazamento em Fukushima também inclui quantidades substanciais de iodo radioativo, césio e estrôncio”.
Traços desses elementos, vindos de Fukushima, foram detectados em pescados na costa da Califórnia.
Ainda segundo o jornalista da The Progressive, “não é claro se o vazamento está ou não se acelerando. (…) Continua incerto o que ocorreu com os núcleos derretidos dos três reatores que explodiram. (…) Também é incerto o destino de centenas de toneladas de combustível nuclear acumulado precariamente num tanque suspenso no ar, 100 pés acima da Unidade Quatro”.
Como tudo que está ruim sempre pode piorar, sabe-se que autoridades japonesas falam em voltar a operar os 48 reatores que continuam fechados desde o acidente. A Tepco e outras empresas privadas querem evitar mais prejuízos, e pressionam pelo recomeço das operações em outras usinas.
Para Wasserman, “o que sabemos muito bem é que Fukushima foi a pior catástrofe atômica do mundo e está muito longe de terminar”.
A nós, brasileiros, resta lamentar por aqueles que estão no Oceano Pacífico, e agradecer por estarmos no Atlântico. Por enquanto.


Gráfico mostra nuvem de radiação em Fukushima





Agua de Fukushima contamina o Pacifico colocando milhoes de pessoas em risco, incluindo nas Americas



Fukushima-Contamination-Pacific-Ocean


Mais de dois anos desde a explosão nuclear que destruiu as instalações depois do terremoto e tsunami de 2011, o Oceano Pacífico está sendo envenenado diariamente com doses letais de substâncias altamente tóxicas. Segundo alguns analistas, milhões de pessoas estão em risco. Inclusive nas Américas.
Michael Snyder está entre os muitos pesquisadores que investigam as toneladas de resíduos tóxicos derramando a cada dia a partir de Fukushima há cerca de 750 dias, e continua a derramar, a cada segundo de cada minuto de cada dia, semana e mês. Em seu artigo "água radioativa de Fukushima está sistematicamente a envenenar o Oceano Pacífico",publicado originalmente no site The Truth em 6 de agosto de 2013, ele afirma que "uma enorme quantidade de água altamente radioativa está escapando para o Oceano Pacífico a partir das ruínas de a instalação nuclear destruída de Fukushima no Japão".
radioativoO artigo identifica trítio, césio e estrôncio como as substâncias tóxicas vertendo para o Oceano Pacífico e estão se espalhando por toda parte pelas correntes oceânicas, chuva e vento. Devido ao fato de que estas substâncias são tóxicas e são quase certamente na cadeia alimentar, então as pessoas que consomem frutos do mar contaminados oriundos do Oceano Pacífico provavelmente já estão contaminados e, possivelmente, aumentam os níveis de toxicidade, acumulando nos seus corpos.
Vamos ver o que o operador da usina, a TEPCO, ou Tokyo Electric Power Company, tem a dizer: o operador admitiu que desde maio de 2011, entre vinte e 40 triliões de becquerel de material radioativo tem derramado no Oceano Pacífico. Tanto para a linha oficial, que afirma até agora que a água contaminada foi contida nos tanques de retenção por baixo da usina.
E pior, há uma situação de emergência se desenvolvendo em um dos reatores e está girando fora do controle da TEPCO: A Entidade Reguladora Nuclear do Japão confirmou esta semana que material radioativo ultrapassou uma barreira de segurança. Em outras palavras, a TEPCO perdeu o controle da situação.
400 toneladas métricas de água, a cada dia, está sendo bombeada para o reator, água radioativa está entrando no mar, e estes elementos contêm substâncias mortíferas. Mas pior ainda – os níveis de materiais radioativos estão aumentando: os níveis de césio-134 subiram 90 vezes ao longo do fim de semana passado e de césio-137, aumentaram 86 vezes entre sexta-feira e segunda-feira, de acordo com a TEPCO.
Exatamente qual o nível de poluição no Oceano Pacífico é um mistério. Quando as pessoas começarem a morrer nas Américas, vamos descobrir.
Fonte: Pravda.Ru – por Timothy Bancroft-Hinchey

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