Escrito por Beni Maia | 26 Dezembro 2012
Após produzir documentário ganhador de prêmio na TV,
repórter e escritor retorna ao Brasil
em defesa da vida dos índios de tribos
isoladas.
O jornalista australiano Paul Raffaele presente na audiência
pública na Comissão de Direitos Humanos no dia 29 de novembro, na quinta-feira.
Ele manifestou repúdio com o que chama de tolerância do governo brasileiro à
prática do infanticídio em tribos isoladas.
Por duas semanas o jornalista e escritor premiado esteve no
sudoeste da Amazônia gravando documentário para uma TV da Austrália. Conheceu
de perto os índios da etnia Suruwahá, uma tribo que a exemplo de outras, também
pratica o assassinato de recém-nascidos.
Há 50 anos Raffaele visita tribos isoladas em dezenas de
países, mas enfatiza que ainda não havia se deparado com nada parecido com o
que encontrou no Brasil. Ele discorda da política da FUNAI – Fundação Nacional
de Assistência ao Índio - e do governo brasileiro em manter as tribos indígenas
isoladas da civilização. Dessa forma, ele entende que o Brasil concorda e
aprova essa, que é uma das piores violações dos direitos humanos do mundo.
Paul também aponta que a FUNAI e governantes negam que
exista infanticídio nos dias de hoje; informação que ele contesta com
veemência, uma vez que testemunhou esse costume sendo aceito, incentivado e
praticado especialmente entre os Suruwahá.
O senador Magno Malta, quem requereu a audiência, apóia o
princípio que a cultura é sempre menor que a vida, e que toda defesa à morte é
injustificável.
Membros do ministério público, do Conselho Nacional de
Justiça e parlamentares vendo a grandeza e gravidade do assunto afirmaram que,
debates irão acontecer dentro de seus respectivos órgãos, para o
desenvolvimento de projetos e políticas que possam levar cidadania a tribos
indígenas isoladas.
Artigos publicados na internet e revistas impressas fizeram,
tempos atrás declarações difamatórias e desqualificativas do trabalho da JOCUM,
chegando até mesmo a classificar a presença nas tribos indígenas dos missionários
de “nefasta”. E ainda, o absurdo de associar o infanticídio entre os Suruwahá e
a missão JOCUM, conhecida e respeitada há décadas no Brasil e
internacionalmente por seus esforços voluntários na esfera da evangelização
urbana e transcultural. É sabido que a prática em abandonar na floresta,
enterrar vivas ou envenenar as crianças nascidas deficientes, gêmeas e mesmo
filhas de mães solteiras, faz parte da tradição cultural não só da tribo
Suruwahá, mas de várias outras etnias.
A JOCUM esteve entre os índios justamente pra combater essa
violação, mas acabou sendo proibida de atuar sob a alegação de interferência
cultural indevida. (N. do E.: O que não significa que a JOCUM brasileira esteja
totalmente isenta de culpa nisso tudo, uma vez que o esquerdismo que domina o
país recebe de grande parte dos "jocumeiros" um apoio fanático. Em
certa medida, estão colhendo o que plantam.) Os mesmos veículos de notícia,
tempo após a verdadeira expulsão dos missionários divulgaram tendenciosamente
que com a saída da JOCUM (Jovens com Uma Missão), suicídio e mortes haviam
cessado. Para quem conhece o trabalho desta missão e o contexto real da atuação
da FUNAI na causa indígena, sabe que só pode existir interesses políticos por
esse desserviço. Paul Raffaele, ouvido com exclusividade por nossa reportagem
declarou que, “os índios gostam e pedem a volta dos missionários, para que
ouçam mais sobre o amor de Deus e o evangelho, mas os funcionários da FUNAI,
dizem que não, que eles (missionários) devem sair. Paul concluiu perguntando:
-” Afinal, quem são os verdadeiros caciques; os índios ou funcionários da
FUNAI?
Confira no vídeo abaixo a declaração completa de Paul
Raffaele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário