Caríssimos amigos e visitantes do Blog Cruzada Católica. Há tempos que estou a reeditar esta publicação de Jacinto Flecha, valoroso colaborador da ABIM, na qual tenho especial apreço, quiçá tenha a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente um dia.
O artigo na qual me refiro está abaixo, e reflete bem meu modo particular de encarar a vida: sem apego material, sem muito estudo (apenas o suficiente para sustentar minha família), e um sonho de vida projetado desde minha tenra infância: construir uma família grande e, principalmente, uma "grande família". Pai de 5 filhos, ainda de poucas idades, e amparando o pai na velhice. E claro, como não podia deixar de ser, ao lado de uma mulher de incontáveis virtudes que, sob a ótica católica, costumamos atribuir o título de santa, sem exagero algum.
Trabalhei por diversas empresas, algumas delas multinacionais, aonde se recompensam muito bem seus empregados... para cada vez mais se distanciarem de um projeto de vida pessoal. Empresas de capital aberto, que sugam seus funcionários para que tragam cada vez mais lucro, a qualquer custo. Quando se dão por conta, já se foi uma vida jovem por água abaixo... rodeado de estudo, culto ao corpo, farra noturna, saúde debilitada não somente de corpo, mas psíquica (depressão por crise existencialista que atinge muitos homens e mulheres solteiros(as) na casa dos 40 anos) e principalmente a maior delas: a crise espiritual. Esta é a mais trágica: pois não somente mata o corpo, mas também o leva juntamente com a alma para o fogo do inferno, para sempre, para nunca mais sair dali. É como se as forças do inferno tivesse vencido. E com um plano "bem bolado", que funcionou para a maioria desta infeliz geração. Eu disse maioria, pois existe uma minoria privilegiada, que ainda conserva os costumes antigos, na qual eu com muito entusiasmo, me incluo.
Agradeço a Deus e a Virgem Maria, e à seu castíssimo esposo São José, por ter me livrado da maldição do modernismo, que adoenta à esta civilização.
E tudo isso me foi proporcionado por meio da Palavra Viva de Deus, confiada à um homem escolhido pelo Criador a ensinar este povo como se deve viver e adorar a Deus.
Ainda não conhece? Não perca tempo. Acesse: http://www.ceifadores.com.br
Aqui, aprenderás a ser um católico de verdade, como nos tempos áureos. Amém.
Enfim, vai lá o artigo... obrigado pela pacienciosa atenção... de quem chegou até aqui. :)
De Jacinto Flecha
Antigamente, tão antigamente que já se pode falar em tempos d’antanho, as pessoas se empenhavam em progredir. Não me refiro ao único progresso que está hoje na cabeça de muitos: ganhar e acumular dinheiro. Isso também fazia parte do esforço pessoal e coletivo, mas não era o único objetivo nem o mais importante. Compare as duas situações deste comentário:
• Ele era muito rico. Mas vendeu tudo, e agora tem um monte de dinheiro.
Note aí a grande diferença entre ser rico e ter muito dinheiro.
Outra diferença, ainda mais sutil, surge na comparação destas duas frases:
• Ele tem uma casa muito rica.
• Ele tem uma casa de rico.
Qual a diferença entre as duas casas? O valor comercial pode ser o mesmo, mas a primeira tem também outro gênero de valores, coisas que não basta o dinheiro para adquirir.
Um exemplo musical mostra um tipo de diferenças assim. Quando faleceu o músico Jacó do Bandolim, seu filho Sérgio Bittencourt o homenageou com a canção Naquela mesa, gravada por Nelson Gonçalves. Depois de narrar os costumes do pai, que enchia a casa com sua presença, ele acrescenta:
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto
Uma casa e um jardim.
Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele
Tá doendo em mim.
Se essa casa fosse vendida, o filho não encontraria em nenhuma outra, mesmo que fosse muito mais cara, esse valor enorme presente onde vivera com seu pai. Neste caso os valores são sentimentais, mas outros gêneros de coisas também não têm preço.
Por exemplo, a casa da Sagrada Família [foto ao lado] em Nazaré, que era modesta dentro dos padrões locais. Ante uma ameaça de invasão por infiéis, ela foi transportada inteira pelos anjos, de acordo com documentos históricos irrefutáveis. Hoje é venerada por milhões de peregrinos em Loreto, Itália. Que preço pode ter uma casinha como essa? Quase nada, se o parâmetro é estritamente comercial. Mas seu valor é incomensurável, incalculável, inegociável. Haveria um clamor universal se algum dos muitos miserabilistas, modernistas ou progressistas atuais propusesse vendê-la para dar o dinheiro aos pobres. E os pobres nem sequer aceitariam essa esmola, se soubessem que a origem dela foi a venda dessa casa.
Muitíssimas obras arquitetônicas medievais têm valor incalculável. A Sainte Chapelle, [croqui ao lado] construída por ordem do rei São Luís IX para abrigar a coroa de espinhos de Nosso Senhor Jesus Cristo, tem a forma de um relicário, em cujas paredes os lindíssimos vitrais ocupam área maior que os elementos de sustentação. Nenhum francês pensaria em vendê-la, nenhum miliardário se atreveria a oferecer dinheiro por ela. O valor artístico e arquitetônico é incalculável, mas não o maior, pois a pequena relíquia do Salvador vale muito mais. Quanto? É até um insulto cogitar de preço.
Todas essas comparações de preço e valor aplicam-se à recente descoberta dos ossos de Ricardo III. São ossos de um ser humano, e como tais o seu preço é desprezível. Mas têm valor incalculável, porque fazem parte da História. Em 1485, no fim da renhida batalha de Bosworth, esse rei inglês perdeu o reino e a vida. O mais importante para ele, naquele fim de batalha, era um animal que lhe possibilitasse fugir e salvar a própria vida. Na peça de Shakespeare, uma frase famosa estipula o preço que o rei derrotado pagaria por esse animal: Meu reino por um cavalo!
Naquele momento, a Inglaterra valeria para ele menos que um cavalo.
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(*) Jacinto Flecha é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)
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