segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A retirada dos crucifixos e o exemplo da beata Maria Restituta Kafka

Padre Paulo Ricardo comenta a decisão da justiça do Rio Grande do Sul de retirar os crucifixos das paredes de suas instituições por pressão de uma ONG, a Liga Brasileira de Lésbicas. O argumento utilizado é a de que o Estado não é religioso, portanto, não é possível haver nos prédios públicos qualquer símbolo religioso.





O argumento não poderia ser mais frágil, pois, embora o Estado não seja religioso de fato, ele tem um povo a quem deve servir. Não é uma entidade abstrata, mas existe somente em função do povo. O povo, por sua vez, traz consigo a sua história, o seu patrimônio cultural e mais importante, o seu patrimônio moral. Foi o patrimônio moral do povo brasileiro, majoritariamente cristão e católico, que gerou os textos legislativos interpretados e aplicados pelos Tribunais de Justiça. A própria Constituição Federal e os Códigos Civil, Penal, o Estatuto do Menor e do Adolescente, as Consolidações das Leis do Trabalho, todos foram escritos numa visão de mundo calcada nos valores morais cristãos e, sem estes valores é impossível interpretar qualquer um deles.
Os crucifixos, portanto, nada mais dizem aos magistrados que, embora tenham o direito de professar a religião que quiserem ou mesmo nenhuma se for o caso, eles não têm o direito de interpretar as leis do país fora do aspecto cultural e da moralidade nas quais elas foram exaradas. Querer extrair a cultura que gerou os textos basilares do país e colocar em seu lugar uma moderna cultura ateia é uma perversidade.
O crucifixo é um símbolo civilizacional, uma realidade que, apesar da religião de quem julga ou de quem é julgado, deve ser reconhecido como parte intrínseca da cultura e da história do País e não deve ser utilizado, sob qualquer hipótese, como um instrumento ideológico. Infelizmente, o Judiciário desta nação está se sujeitando ao vergonhoso ativismo, que culminará em uma ditadura, pois quando juízes acham que podem interpretar as leis de acordo com seus próprios valores, de acordo com sua própria imaginação, e não de acordo com o verdadeiro espírito com que elas foram elaboradas, tornam-se déspotas, ditadores. É isso que está acontecendo no Brasil, atualmente. O ativismo judicial precisa ser combatido e denunciado, pois leva ao abismo. Um magistrado sem princípios de ética e de moral, somente com militância e fidelidade à ideologia é um malfeitor, um instrumento de injustiça e não um servidor da Justiça. Precisa ser denunciado também.

Uma parede nua é também um símbolo de religiosidade. O ateísmo é uma atitude religiosa, não tem nada de neutro, pelo contrário. Contudo, o ateísmo não representa a vontade do povo brasileiro, que é cristão, conforme dados estatísticos, portanto, uma elite intelectual, uma minoria deveria considerar que o poder vem do povo e o povo não é ateu. O povo deve ser respeitado.
Nos tempos atuais, peçamos a intercessão da Bem Aventurada Maria Restituta Kafka, que corajosamente opunha-se às ordens nazistas e devolvia às paredes do hospital onde trabalhava os crucifixos retirados, para que tenhamos coragem e força para seguir seu exemplo. Precisamos do seu exemplo para impedir que sejamos varridos como civilização e história nacional.

Fontes: TC e site do padre Paulo Ricardo

Conhecendo a história da  beata Maria Restituta Kafka 
Restituta Kafka Irmã Maria Resoluta


No dia 1º de maio de 1894 nasceu Helene, filha de Anton e Maria Kafka na cidade de Brno, atual República Checa. Naquele tempo a região se chamava Morávia que estava sob o governo do imperador austríaco Francisco José. No ano de 1896, a família Kafka se transferiu para Viena, capital do Império.

Helene concluiu os estudos com o diploma de enfermeira e o desejo de se tornar religiosa. Inicialmente ela se conformou com a negativa dos pais, mas ao completar vinte anos, ingressou na congregação das Franciscanas da Caridade Cristã, com a benção da família. Como religiosa adotou o nome de sua mãe e o de uma mártir do primeiro século. Assim passou a se chamar irmã Maria Restituta.

Porém, logo recebeu o apelido carinhoso de "irmã Resoluta", pelo modo cordial e decidido e por sua segurança e competência como enfermeira de sala cirúrgica e anestesista. No hospital de Modling, em Viena, a religiosa se tornou uma referência para os médicos, enfermeiras e especialmente para os doentes, aos quais soube comunicar com lucidez o amor pela vida, na alegria e na dor.

Irmã Restituta durante muitos anos serviu a Deus nos doentes, pelos quais se dedicou incansavelmente. Em março de 1938, Hitler mandou o exercito ocupar a Áustria. Viena se tornou uma das bases centrais do comando nazista alemão. Irmã Restituta se colocou logo contrária a toda aquela loucura desumana. Não teve receio de mostrar que sendo favorável à vida não apoiaria jamais ao nazismo de Hitler, fosse qual fosse o preço.

Por isto, quando os nazistas retiravam o Crucifixo também das salas de cirurgias, ela serenamente o recolocava no lugar, de cabeça erguida, desafiando o comando e os soldados nazistas. Como não se submetia e muito menos se "dobrava", os nazistas a eliminaram. Foi presa em 1942. Para ela, que era chamada irmã "Resoluta", a prisão se tornou uma espécie de lugar de graça, para honrar o nome com que se tinha consagrado: Restituta, aquela que foi restituída para Deus. Por isto, olhando para a força redentora da Cruz, sua consciência da Vida Eterna se tornou mais verdadeira no coração. A coragem que lhe era própria se tornou mais firme.

Irmã Resoluta esperou cinco meses na prisão para morrer. Em 30 de março de 1943, foi decapitada. Para as franciscanas mandou uma mensagem: "Por Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer". E na frente dos assassinos nazistas, antes que o carrasco levantasse a mão que a mataria, irmã Restituta disse ao capelão: "Padre, me faça na testa o sinal da Cruz".

O papa João Paulo II elevou a Irmã Maria Restituta Kafka ao altar para ser reverenciada como Beata no dia 30 de outubro, em 1998 em Viena, Áustria.

Fonte: Sites Católicos

Foi no dia 07/03/2012 a triste notícia: TJRS determinou a retirada de todos os símbolos religiosos acatando um pedido feito pela Liga Brasileira de Lésbicas e outras entidades sociais.

Fonte: Veja

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