Um grupo de jovens católicos argentinos, formado principalmente por fiéis da Fraternidade São Pio X, repetiu o ato ocorrido em 2010 na Catedral de Paris e interrompeu, no último dia 12, uma liturgia inter-religiosa entre católicos e judeus na Catedral Buenos Aires. A cerimônia recordava a Kristallnacht e ocorre há mais de uma década na capital argentina, sendo, até o ano passado, organizada sob o então Cardeal Jorge Mario Bergoglio. As informações são de Página Católica - tradução de Fratres in Unum.com:
Anúncio da cerimônia de 2012 |
Quando o padre Fernando Gianetti, guru e executor há quinze anos do projeto que agora chega ao seu cume, dirigia as palavras de início da liturgia comemorativa da Kristallnacht, começou-se a ouvir suave, mas firmemente, o desfiar das contas do Santo Rosário nas vozes de cinquenta jovens situados na parte central da Catedral da Santíssima Trindade.
Dois quase garotos se dirigiram até o presbitério, onde oito líderes religiosos (dois a mais do que no ano passado), estavam de pé, à direita e à esquerda do arcebispo de Buenos Aires, D. Mario Aurelio Poli.
Após fazer uma genuflexão, um deles deles lhe entregou um papel e ambos fizeram que o mesmo chegasse aos demais.
Os gestos de agradável surpresa que ao receber o escrito tomavam as faces, foram se transformando em sorriso nervoso na medida que o sentido da visão informava ao cérebro o conteúdo da missiva.
Nesse instante, uma pessoa subiu ao presbitério e, colocando-se próximo aos microfones, dirigiu a seguinte mensagem:
“Pedimos a todos, por favor, que tenham em consideração que este é um templo católico e que este é um ato de profanação que deve ser evitado. Não temos problemas com as recordações históricas que se realizam em locais históricos. No templo santo de Deus, onde vive o Santíssimo, não pode haver uma profanação; e os que conhecem (aqui o microfone foi cortado) as religiões sabem que as profanações ofendem o mundo e a Deus… Diante do Nazareno e diante do Crucificado. Vão [embora] e acabem com esta profanação. Não é possível. Rezem o rosário e honrem a Deus”.
O arcebispo pediu, através do padre Gianetti, que os jovens que estavam rezando o Rosário se retirassem. O que gerou um aplauso, a partir do qual o ruído intenso se instalou dentro da catedral e que durou quase meia hora. Era o ruído das repreensões e diatribes dirigidas aos jovens que rezavam sem revidar.
Algumas pessoas encostavam nos jovens orantes, alguns para tentar convencê-los a ceder em seu empenho, outros para insultá-los com os mais duros epítetos: loucos, fundamentalistas, reacionários, nazistas.
Outro chegando à agressão física, como um devoto de quipá que hostilizou longamente pelas costas a um dos sacerdotes que acompanhavam o grupo:
Mas pareceu particularmente surpreendente o furor demonstrado pelo deputado Eduardo Amadeo, que dizem ser pertencente à Comunidade de Santo Egídio, que realizou atos que podem ser considerados intimidatórios, como tirar repetidas fotografias a poucos centímetros de cada rosto, gritar com uma criança, ao mais caro estilo dos serviços de inteligência: “De que colégio são, de que colégio são?”, ou gritar a alguns adolescentes: “Miseráveis nazistas”. Como é possível que um homem que ocupa tão elevado cargo chegue a esse extremo?
Os jovens da Catedral terminaram o Santo Rosário, apesar da pressão ao seu redor, e depois, se retiraram por iniciativa própria, e não pela força policial, como disseram alguns meios.
Ocorreu inclusive o milagre de que o Pe. Gianetti, pedindo a paz aos presentes desde o ambão da catedral, rezasse algumas Ave Marias no microfone, o que não estava previsto na Liturgia de Comemoração.
Esta liturgia, já o dissemos, é evidentemente religiosa, com o acréscimo de que nela subjaz a idéia herética de que o holocausto pode ser equiparado ao Sacrifício da Cruz, um para a salvação dos judeus e outro para a dos cristãos; por isso alguns pensadores a chamam de heresia Judaico-Cristã.
Idéia que se evidencia na análise dos textos empregados, mas que nem todos podem captar. Não nos equivocaríamos demais se pensássemos que a maioria das pessoas que estavam na Catedral não são conscientes desta realidade, que torna totalmente inaceitável essa realização litúrgica no lugar santo.
Ao retomar a cerimônia, após a oração do Rosário, o Arcebispo de Buenos Aires disse que a celebração da liturgia “é o que quer o Papa”.
Em declarações divulgadas hoje pelo diário argentino La Nacion, Claudio Epelman, diretor executivo do Congresso Judeu Latino-americano, relatou as palavras do Papa Francisco em encontro do qual participou, ontem, no Vaticano, juntamente com líderes das principais religiões na América Latina. Segundo Epelman, o Papa citou o ocorrido na Catedral como um ato de fanatismo.
Artigo completo em Fratres in Unum
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