Num quadro do “Altas Horas”, no dia 17, pichadores revolucionários relembram e justificam alegremente seus crimes, mostrando seu orgulho da marginalidade e sua ideologia barata.
O que não se faz pela audiência dos jovens, não é mesmo?
Descrevendo o que foi dito na entrevista com toda naturalidade do mundo:
“A gente começa pichando o nosso quarto, depois a parede, o corredor…” “A escola depois…” “Aí é o caminho, né…”
“O mais difícil que eu pichei foi um prédio lá em Osasco, que só o Di tinha pichado, que é um pichador histórico, nossa maior inspiração.”
“Foi uma escalada na 23 de maio. Foi muito complicado, tenso e… emocionante.”
“Eu fui reprovado e expulso, porque pichei a faculdade.” “Ele levou 30 pichadores para pichar no TCC dele.”
“A mais difícil mesmo foi uma escalada na São João, onde eu invadi ali por dentro, e tive que dar fuga nele descendo, um segurando a perna do outro. E na fuga eu tive que pular dentro do estacionamento dos polícia pra ter que sair fora.”
“A rivalidade acontece em toda a cidade. Eu faço um lugar mais alto, outro quer me superar e fazer um lugar mais alto que eu.”
“O parâmetro de respeito na rua é o da transgressão. Se o grafite foi feito de forma ilegal, a gente respeita. Se não foi, a gente já não é obrigado a respeitar.”
“O problema do grafite-moralismo, que é esse grafite que tomou conta da cidade, é que ele virou um antídoto contra a pichação. Mas é assim: a gente resolve na tinta, entendeu?”
“O muro é uma agressão física. O picho é uma agressão estética. É uma disputa no espaço público: seu muro, meu picho.”
“Quando vão construir um prédio, um estádio, um shopping, ninguém consulta a população. Então as pessoas não têm participação na construção da cidade e ficam revoltada com o picho que é uma intervenção efêmera. Um prédio vai durar pra sempre. Um prédio na frente da janela da sua casa, nunca mais vai bater o sol lá. Agora o picho, não. O picho pode ser facilmente removido.”
“A pessoa vê a gente na janela, ela vê um dano na janela dela, ela não vê uma pessoa…”
“Eu sempre tive um tipo de revolta, alguma implicância assim, então eu sempre procurei descontar na sociedade.”
“O pichador é um artista, mas é um artista diferente dos outros. Nós somos artistas libertários, artistas transgressivos e revolucionários.”
“A gente é da rabisqueira, a gente gosta de rabiscar, seja lá o que for.”
“O reconhecimento que a gente busca é pela marginalidade.”
“Quando a gente participou da Bienal, que a gente invadiu, depois voltou convidado… Ali a gente estava sendo reconhecido pela marginalidade do picho, pela transgressão, pelo que o picho é mesmo.”
“Eu sei que lá na Barra Funda tá sujo pra mim.”
“Muitos pichadores sonham em ser de uma união dessa. Então tem essa questão de busca. É igual futebol: você começa jogando no time pequeno, depois quer jogar no time grande.”
“É uma pena de prisão que é substituída, você tem o benefício, porque é delito leve. As cadeias estão cheias. Tem uns amigos nossos que ficaram um mezinho presos aí, pra quitar tudo que deviam, mas depois voltaram pra ativa.”
Para a surpresa dos telespectadores e do apresentador, o vocalista de uma banda que estava presente no programa se escandalizou com o que assistiu e mandou, ao vivo, um recado aos pichadores, os chamando de idiotas.
Veja um trecho do que o colunista Rodrigo Constantino da Veja comentou sobre o caso:
Vivemos na era da inversão dos valores. É tudo asqueroso demais, sinal dos tempos imorais em que vivemos.
Fonte: veja.abril
Clique na imagem e veja o vídeo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário